Os preços dos livros antigos sobre a Madeira, que se encontram há venda cá na região (nalgumas feiras e através de particulares), estão hiper-inflacionados por fruto de pura especulação comercial de alguns coleccionadores/vendedores. Que procuram através da venda de algumas obras (normalmente duplicados) financiar as suas próximas aquisições e ainda terem uma boa margem de lucro. São pedidos valores exorbitantes por livros que nem sequer valem o seu peso em papel. É inconcebível que um livro que se encontra facilmente nos alfarrabistas em Lisboa ou no Porto, por alguns euros aqui peçam pelo mesmo largas dezenas de euros. Até aqui nada de especial, pois o preço pode ser livremente estipulado, mais grave é existirem compradores (ou existiam) para os mesmos. Santa ignorância!
Antigo não é sinónimo de valioso nem de raro.
Posso dar um exemplo real e caricato que se passou comigo junto a um comerciante (não digo de que ramo para não ferir susceptibilidades) que possuía largas dezenas de livros antigos para venda. O esquema funcionava da seguinte forma o cliente interessado seleccionava os livros que pretendia adquirir e só depois é que eram colocados os preços nos mesmos, até aqui nada de muito anormal. A minha estupefacção é que os preços foram calculados com base na data de impressão dos livros, na grossura dos mesmos e se estavam ou não encadernados. Por uma obra do século XVIII pediram-me 150.00 euros, acabei por a adquirir, em Lisboa num alfarrabista, um exemplar da mesma obra por 50.00 euros. Fase a esta constatação acabei por adquirir alguns dos livros que tinha anteriormente seleccionado e diversos opúsculos (alguns dos quais raros) por preços bem simpáticos, visto terem poucas páginas. Desculpo-os por não saberem nada sobre o comércio de livros antigos. Santa ignorância!
