domingo, março 15, 2009

«Padre Manuel Juvenal Pita Ferreira» - Dr. Manuel Pedro Freitas

Manuel Juvenal Pita Ferreira, era natural da freguesia de Câmara de Lobos, onde nasceu a 16 de Abril de 1912, tendo falecido a 9 de Outubro de 1963, vítima de doença cancerígena. Era filho de Francisco Ferreira e de Filomena Celeste Pita Ferreira. Seguiu a vida eclesiástica, tendo sido ordenado sacerdote a 25 de Agosto de 1935. A 29 de Setembro do mesmo ano foi nomeado Capelão da Sé Catedral, escrivão do Juízo Eclesiástico e Professor do Seminário. A 5 de Agosto de 1936 passou a exercer o cargo de Secretário interino da Câmara Eclesiástica. Foi também capelão da Capela de Nossa Senhora da Conceição e do Asilo da Mendicidade, desempenhando a partir de 5 de Abril de 1938 o múnus de coadjutor da Ribeira Brava, sendo, em 26 de Outubro de 1940 transferido para idêntico cargo na freguesia de São Vicente. Um ano depois, a 1 de Setembro de 1941, foi colocado como pároco do Porto Santo onde permaneceu nessas funções até Fevereiro de 1945, altura em que foi nomeado pároco de São Gonçalo. Exerceu também o cargo de membro da Comissão Conservadora do Museu de Arte Sacra da Diocese do Funchal. A este propósito, refere o Jornal da Madeira de 10 de Outubro de 1963 que sendo conhecedor profundo da arte eclesiástica, foi convidado a presidir à respectiva comissão diocesana, tendo sido o inspirador, orientador e até arquitecto de algumas belas igrejas madeirenses que ficam, na elegância das suas linhas, elevando hinos ao céu e perpetuando a sua memória e pendor artístico. Nos problemas pastorais tinha sempre uma visão objectiva e actual, dum modo particular no capítulo da catequese às crianças, para quem editou carinhosamente alguns modelos de catecismos. Mercê das qualidades que revelou neste campo foi nomeado para Director do Secretariado Diocesano de catequese, que com ele se fundou[...]. Ainda que a sua obra sacerdotal no campo pastoral, pedagógico e artístico se revelasse suficiente para imortalizar-lhe a memória, a sua obra literária, nomeadamente no campo da história, foi sem dúvida aquela que mais viria a contribuir para essa imortalização. Segundo uma nota de redacção da revista Das Artes e da História da Madeira, a sua maior preocupação era documentar todos os seus estudos, citando, na íntegra, as fontes que julgava fidedignas. Por vezes foi um tanto ousado nas suas conclusões; mas isso em nada o desmerece, porque o seu objectivo não era atingir ninguém. Apenas era seu desejo publicar algumas achegas sobre a história da Madeira a fim de esclarecer pontos que para ele eram obscuros. Segundo, o Diário de Notícias de 10 de Agosto de 1963, não era preocupação do Padre Pita Ferreira fazer história simplesmente, ele ia em busca da verdade, procurando dar novas interpretações a factos que já estavam consumados. Tendo sido um grande entusiasta pela conservação no património artístico madeirense, colaborou, com muita dedicação, nas exposições de Ourivesaria Sacra e Esculturas Religiosas que se realizaram no Funchal nos anos de 1951, 1954, tendo subscrito, juntamente com o Eng. Luís Peter Clode, os catálogos então editados pela Junta Geral. Apesar da morte vir surpreendê-lo numa época da vida em que ainda muito se poderia esperar da sua pena, legou-nos todavia, um conjunto de obras que o consolidam entre os bons escritos madeirenses. De entre as várias obras que publicou podemos citar: Notas para a história da freguesia de Santa Cruz; A Capela do Senhor Jesus e seu retábulo; A ourivesaria sacra da igreja paroquial de S. Gonçalo; A oração dos simples (estudo etnográfico); Notas para a história da Ilha da Madeira - Descobrimento e início do povoamento; O caso de Machim à face dos documentos; Artistas Madeirenses; A relação de Francisco Alcoforado; A ordem Seráfila na Madeira e O Infante D. Fernando, terceiro Santo do arquipélago da Madeira, artigos publicados na revista Das Artes e da História da Madeira. Para além dstas haverá ainda a destacar: A época actual e o ideal vicentino (conferência); Património Artístico da Madeira; Esculturas Religiosas; Santa Missa; O Natal na Madeira; O mais belo presente da Primeira Comunhão; As notas para a história da Madeira no Pelourinho; O Arquipélago da Madeira, Terra do Senhor Infante; O Infante D. Henrique e a Descoberta e Povoamento do Arquipélago da Madeira; Curso de Iniciação Catequística (3 volumes); A Sé do Funchal e Tristão das Damas. Por altura da sua morte aguardava-se a publicação de O Infante D. Fernando, Terceiro Senhor do Arquipélago da Madeira; Notas para a História de Santa Cruz e ainda Achegas para a História do Arquipélago da Madeira, obra que havia dado publicidade em vários artigos publicados no Jornal da Madeira. Preparava também para publicação uma obra de grande vulto, A História da Diocese de Funchal, para o que tinha sido encarregado pelo bispo da Diocese.

A homenagem ao Padre Manuel Juvenal Pita Ferreira Na sua reunião de 11 de Novembro de 1964, a Câmara Municipal de Câmara de Lobos delibera dar o nome do padre Manuel Juvenal Pita Ferreira, à parte, na altura já terraplenada, da estrada de ligação entre Câmara de Lobos e Estreito, passando pelo Covão e que se estendia entre a estrada nacional 101 (junto ao Jardim de São Francisco) e a Panasqueira, no limite entre as freguesias de Câmara de Lobos e Estreito. De acordo com a respectiva deliberação, encontrando-se aberta ao trânsito a estrada municipal que parte da estrada nacional 101 no sítio do Espírito Santo e Calçada ao Lombo de São João, desta vila, cujo traçado remonta há quatro anos e no propósito de interpretar o sentir unânime de todos os seus munícipes, como preito de homenagem à memória do dilecto camaralobense, Padre Manuel Juvenal Pita Ferreira, [...]deliberou [...] por aclamação denominar aquela artéria por Rua do Padre Manuel Juvenal Pita Ferreira. No entanto, dois anos haveriam decorrer até que as respectivas placas toponímicas fossem colocadas, o que vem a acontecer só a 26 de Agosto de 1966, num acto, de que fez parte não só uma sessão solene pública nos paços do concelho, onde também o Dr. Januário Figueira da Silva e o Dr. Eduardo Antonino Pestana, foram homenageados, como ainda o descerramento das placas toponímicas. Ainda que a deliberação de 1964, aparentemente, dê a entender que o nome do padre Manuel Juvenal Pita Ferreira tenha sido dado a toda a extensão da estrada em causa, acreditamos, tal como aliás adianta a notícia do Jornal da Madeira de 27 de Agosto de 1966, que tal só correspondesse à parte na altura aberta, ou seja, entre o actual Jardim de São Francisco e a Panasqueira. Para além disso, na ocasião, só na sua extensão até pouco para além do cemitério é que se encontrava pavimentada, facto, que terá de certo modo condicionado a ligação do nome do Padre Pita Ferreira unicamente a este seu curto trajecto. Posteriormente, na sua sessão de 18 de Maio de 1995, é então deliberado definir com exactidão o fim da extensão da rua Padre Pita Ferreira, fixando-o na Panasqueira, mais precisamente no limite entre as freguesias de Câmara de Lobos e Estreito, local onde passa a ostentar o nome de António Prócoro de Macedo Júnior, para na Ponte do Gato, voltar a mudar a sua denominação para a de Rua João Augusto de Ornelas.
No Funchal, mais precisamente em São Gonçalo, no dia 15 de Outubro de 1964, seriam colocadas as placas toponímicas dando o seu nome ao Largo fronteiro à igreja de São Gonçalo que ele construiu e serviu.
por Manuel Pedro Freitas

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