[1865/1935]
Nasceu no Funchal, na freguesia de Santa Maria Maior, a 10 de Novembro de 1865. Estudou no Seminário Diocesano do Funchal, até o 2º ano de teologia e era tão bom aluno que os seus superiores projectavam manda-lo estudar para a Universidade Gregoriana de Roma. Optou, no entanto, por realizar os estudos preparatórios no Liceu do Funchal, entre 1886-1887, matriculando-se depois na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
Em Coimbra privou com colegas que viriam a ser figuras importantes da sociedade portuguesa de então, como Afonso Costa, e ainda professores que influenciaram profundamente o seu pensamento político e religioso. Foi militante do Partido Regenerador.
Concluído o curso de Direito, radica-se em Lisboa com banca de advogado em finais de 1892, enveredando pelas áreas da economia e da politica. Colaborou e dirigiu o diário católico Correio Nacional, órgão do Centro Católico Parlamentar. Nesta fase, publicou, As Ordens Religiosas e as Missões Ultramarinas (1893) e dirigiu a revista Portugal em África (1894).
Foi eleito deputado independente pelo partido Regenerador em 1895 pelo círculo de Braga e em 1900 pelo Funchal. A sua primeira intervenção na Câmara dos Deputados em 23-01-1896 sobre Inhambane e Lourenço Marques valeu-lhe muitos elogios, nomeadamente de Jacinto Cândido da Silva então Ministro da Marinha e Ultramar, sendo considerado a partir daqui um destacado africanista. Neste mesmo ano foi designado chefe dos serviços da Repartição de Contabilidade, na Caixa Geral de Depósitos e Instituições de Previdência, cargo que manteve até a morte.
Com a revolução republicana de 5 de Outubro de 1910, Quirino retira-se para o Funchal, continuando no entanto a ser o advogado da Casa Hinton & Sons que detinha o monopólio do fabrico e comercialização do açúcar na Madeira. Porem, Quirino começou por contestar este monopólio, que findara com os decretos de 12 de Abril e 2 de Maio de 1919, e a defender a proibição do cultivo da cana de açúcar na ilha. Sobre este assunto escreveu A Questão Sacarina da Madeira (1910),A Nova Questão Hinton (1915) e Os Direitos de William Hinton & Sons (1918).
Com o começo da 1ª Guerra Mundial trouxe os seus filhos que estudavam na Europa (Bélgica) para colégios de Lisboa onde se radicara definitivamente em 1916 para não mais regressar à Madeira.
Para ele a questão autonómica resumia-se essencialmente ao problema económico e financeiro. Entendia assim que os dois arquipélagos da Madeira e Açores não deviam estar sujeitos ao ónus inflacionista do Banco de Portugal, detendo uma circulação fiduciária privativa para poderem usufruir das vantagens do superavit anual das suas economias. Advogava ainda a necessidade de se proceder a algumas reformas sem as quais a descentralização administrativa não seria possível. Deste modo, os dois arquipélagos deveriam disponibilizar verbas para as suas contas correntes, comparticipações na amortização da divida e pagamento de juros da divida do Estado e para suportar um empréstimo ao seu fomento e reorganização monetária. Opinava ainda que deveria haver solidariedade do Estado em matéria de crédito o que consequentemente implicaria a sua austeridade e possibilidade de arrecadar maiores receitas que dobrariam o montante conseguido antes da 1ª Guerra Mundial e procurar outros recursos económicos. O turismo era para ele a questão prioritária da qual dependeria o desenvolvimentoeconómico da Madeira; por isso reivindicava a elaboração de um plano de fomento onde coubesse também a agricultura, a industria, o comércio e outras infra-estruturas. O seu projecto de autonomia pressupunha ainda uma grande solidariedade entre os dois arquipélagos que constituiriam duas províncias com capitais no Funchal e em Angra do Heroísmo numa organização idêntica à das colónias ultramarinas, extinguindo-se os distritos administrativos.
A partir de Outubro de 1917 dirigiu a 2ª série da revista económico-financeira e colonial O Economista Português, publicando também artigos em vários jornais do Continente e Ilhas. Publica em 1921 o poema Lusa Epopeia e em 1923 juntamente com Ezequiel de Campos A Crise Portuguesa/Subsídios para a Política de Reorganização Nacional.
A partir de 1919 Quirino desempenhou um destacado papel ideológico na promoção do ralliement português contribuindo para amainar as relações entre a Igreja e o Estado que com o decreto de 2 de Janeiro de 1920 consagrava definitivamente alguns privilégios de reivindicação católica. Em retribuição pelos serviços prestados a Igreja, o Papa Bento XV atribuiu-lhe a Grã-cruz da Ordem de S. Gregório Magno em Outubro de 1920. A partir de 1922 participa na revista Seara Nova e em 1923 na revista Homens Livres.
http://www.madeira-edu.pt/LinkClick.aspx?fileticket=ZIOk0aJdizU%3D&tabid=1790&language=en-US
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