Apesar das muitas dúvidas e controvérsias sobre a origem de João Fernandes Vieira, um dos heróis da Restauração Pernambucana, pode-se afirmar que se chamava Francisco de Ornelas, nasceu em Funchal, na Ilha da Madeira, em 1610, filho ilegítimo de Francisco de Ornelas Muniz e uma mulher de condição humilde e talvez até de cor.
Fugiu para o Brasil, especificamente para Pernambuco, em 1620, aos dez anos de idade, onde mudou o nome para João Fernandes Vieira.
Não se conhece os motivos que o levaram a deixar seu país e tudo indica que viajou sozinho e por iniciativa própria.
Quando chegou a Pernambuco, trabalhou como assalariado e foi auxiliar de um açougue. Em poucos anos tornou-se feitor-mor.
Apresentou-se como voluntário, para o serviço da guerra, nos primeiros dias da invasão holandesa, quando defendeu os portugueses no Forte de São João, até a sua rendição no dia 1º de março de 1630.
Ativo, ambicioso e inteligente, ficou rico graças aos seus esforços e a doações que recebeu do seu patrão, Affonso Rodrigues Serrão e de sua mulher, assim como pela amizade com o conselheiro político e senhor de engenho holandês Jacob Stachhouwer, de quem foi primeiro criado, depois feitor e mais tarde procurador.
Em 1639, Vieira já era uma pessoa importante na sociedade portuguesa de Pernambuco, uma vez que foi indicado para o cargo de Escabino (membro da Câmara Municipal da época) de Olinda.
Foi efetivamente elevado à condição de Escabino de Maurícia (Recife) de julho de 1641 a junho de 1642, sendo depois reconduzido no exercício de 1642 a 1643.
Em 1643, casou-se com Maria César, filha do madeirense Francisco Berenguer de Andrada e Joana de Albuquerque, descendente de Jerônimo de Albuquerque. Com o casamento, João Fernandes Vieira juntou ao seu prestígio econômico a nobreza rural pernambucana.
Foi um dos mais importantes senhores-de-engenho de Pernambuco, dono de mais de mil escravos, chegando a possuir 16 engenhos, localizados em Pernambuco e na Paraíba, a saber: do Meio; Ilhetas; Sant'Ana; Santo Antônio; São João; Inhobim ou dos Santos Cosme e Damião; São Gabriel; Gargaú; Inhaman; Molinote; Cumaúpa; Jacaré; Abiaí; Tibiri de Baixo; Tibiri de Cima e Santo André.
Pessoa de confiança do governo holandês, seu colaborador e conselheiro em assuntos brasileiros, Vieira também tinha o apoio da comunidade luso-brasileira através do seu prestígio econômico e social, das suas doações para igrejas, confrarias e pessoas necessitadas, além do seu ingresso, pelo casamento, na nobreza da terra.
Gozava assim da consideração de holandeses e portugueses. Era também um dos maiores devedores da Companhia das Índias Ocidentais. Em 1642, sua dívida já era estimada em 219.854 florins.
Quando a insatisfação dos senhores de engenho de Pernambuco se intensificou, especialmente após a partida do conde Maurício de Nassau para a Holanda, em 1644, o inteligente e astuto Vieira sentiu que os tempos estavam mudando e, percebendo as vantagens a serem alcançadas com a expulsão dos holandeses e da Companhia das Índias Ocidentais, se afastou dos flamengos e tornou-se um dos líderes da chamada Insurreição Pernambucana e um dos heróis da Restauração.
Participou e venceu junto com sua tropa a Batalha das Tabocas, realizada em Vitória de Santo Antão, no dia 3 de agosto de 1645 e a Batalha de Casa Forte, junto com André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Felipe Camarão, no dia 17 de agosto do mesmo ano.
Após a tomada do engenho Casa Forte, Vieira voltou com seus homens ao seu engenho São João, na Várzea, e de lá iniciou um sistema de estâncias militares, espécie de fortificações onde pudessem estar seguros e guardar pólvora e munições de guerra.
Participou, também de forma brilhante, das duas Batalhas dos Guararapes, sob o comando do general Barreto de Meneses, nos dias 19 de abril de 1648 e 19 de fevereiro de 1649, respectivamente, colaborando para a vitória final e definitiva.
Como recompensa pelos serviços prestados na guerra foi nomeado Governador da Paraíba (1655-1657) e concedido-lhe o posto de capitão general do Reino de Angola (1658-1661).
Exerceu também o cargo de Superintendente das Fortificações do Nordeste do Brasil, de 1661 a 1681.
Vieira encomendou a frei Rafael de Jesus um livro para contar sua vida, exaltando seus feitos, a exemplo do que Gaspar Barléu havia escrito sobre o conde Maurício de Nassau, surgindo assim o Castrioto lusitano, no qual o autor o compara ao príncipe guerreiro albanês Jorge Scanderberg Castrioto, que lutou intensamente contra os turcos e a Sérvia pela recuperação da Albânia, que havia sido anexada à Turquia.
João Fernandes Vieira morreu no dia 10 de janeiro de 1681, em Olinda.
Em 1886 seus restos mortais foram descobertos na capela-mor da igreja do Convento de Olinda.
Em 1942, seus ossos foram trasladados para a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes, sendo depositados na parede da capela-mor, com uma inscrição comemorativa.
Fugiu para o Brasil, especificamente para Pernambuco, em 1620, aos dez anos de idade, onde mudou o nome para João Fernandes Vieira.
Não se conhece os motivos que o levaram a deixar seu país e tudo indica que viajou sozinho e por iniciativa própria.
Quando chegou a Pernambuco, trabalhou como assalariado e foi auxiliar de um açougue. Em poucos anos tornou-se feitor-mor.
Apresentou-se como voluntário, para o serviço da guerra, nos primeiros dias da invasão holandesa, quando defendeu os portugueses no Forte de São João, até a sua rendição no dia 1º de março de 1630.
Ativo, ambicioso e inteligente, ficou rico graças aos seus esforços e a doações que recebeu do seu patrão, Affonso Rodrigues Serrão e de sua mulher, assim como pela amizade com o conselheiro político e senhor de engenho holandês Jacob Stachhouwer, de quem foi primeiro criado, depois feitor e mais tarde procurador.
Em 1639, Vieira já era uma pessoa importante na sociedade portuguesa de Pernambuco, uma vez que foi indicado para o cargo de Escabino (membro da Câmara Municipal da época) de Olinda.
Foi efetivamente elevado à condição de Escabino de Maurícia (Recife) de julho de 1641 a junho de 1642, sendo depois reconduzido no exercício de 1642 a 1643.
Em 1643, casou-se com Maria César, filha do madeirense Francisco Berenguer de Andrada e Joana de Albuquerque, descendente de Jerônimo de Albuquerque. Com o casamento, João Fernandes Vieira juntou ao seu prestígio econômico a nobreza rural pernambucana.
Foi um dos mais importantes senhores-de-engenho de Pernambuco, dono de mais de mil escravos, chegando a possuir 16 engenhos, localizados em Pernambuco e na Paraíba, a saber: do Meio; Ilhetas; Sant'Ana; Santo Antônio; São João; Inhobim ou dos Santos Cosme e Damião; São Gabriel; Gargaú; Inhaman; Molinote; Cumaúpa; Jacaré; Abiaí; Tibiri de Baixo; Tibiri de Cima e Santo André.
Pessoa de confiança do governo holandês, seu colaborador e conselheiro em assuntos brasileiros, Vieira também tinha o apoio da comunidade luso-brasileira através do seu prestígio econômico e social, das suas doações para igrejas, confrarias e pessoas necessitadas, além do seu ingresso, pelo casamento, na nobreza da terra.
Gozava assim da consideração de holandeses e portugueses. Era também um dos maiores devedores da Companhia das Índias Ocidentais. Em 1642, sua dívida já era estimada em 219.854 florins.
Quando a insatisfação dos senhores de engenho de Pernambuco se intensificou, especialmente após a partida do conde Maurício de Nassau para a Holanda, em 1644, o inteligente e astuto Vieira sentiu que os tempos estavam mudando e, percebendo as vantagens a serem alcançadas com a expulsão dos holandeses e da Companhia das Índias Ocidentais, se afastou dos flamengos e tornou-se um dos líderes da chamada Insurreição Pernambucana e um dos heróis da Restauração.
Participou e venceu junto com sua tropa a Batalha das Tabocas, realizada em Vitória de Santo Antão, no dia 3 de agosto de 1645 e a Batalha de Casa Forte, junto com André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Felipe Camarão, no dia 17 de agosto do mesmo ano.
Após a tomada do engenho Casa Forte, Vieira voltou com seus homens ao seu engenho São João, na Várzea, e de lá iniciou um sistema de estâncias militares, espécie de fortificações onde pudessem estar seguros e guardar pólvora e munições de guerra.
Participou, também de forma brilhante, das duas Batalhas dos Guararapes, sob o comando do general Barreto de Meneses, nos dias 19 de abril de 1648 e 19 de fevereiro de 1649, respectivamente, colaborando para a vitória final e definitiva.
Como recompensa pelos serviços prestados na guerra foi nomeado Governador da Paraíba (1655-1657) e concedido-lhe o posto de capitão general do Reino de Angola (1658-1661).
Exerceu também o cargo de Superintendente das Fortificações do Nordeste do Brasil, de 1661 a 1681.
Vieira encomendou a frei Rafael de Jesus um livro para contar sua vida, exaltando seus feitos, a exemplo do que Gaspar Barléu havia escrito sobre o conde Maurício de Nassau, surgindo assim o Castrioto lusitano, no qual o autor o compara ao príncipe guerreiro albanês Jorge Scanderberg Castrioto, que lutou intensamente contra os turcos e a Sérvia pela recuperação da Albânia, que havia sido anexada à Turquia.
João Fernandes Vieira morreu no dia 10 de janeiro de 1681, em Olinda.
Em 1886 seus restos mortais foram descobertos na capela-mor da igreja do Convento de Olinda.
Em 1942, seus ossos foram trasladados para a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes, sendo depositados na parede da capela-mor, com uma inscrição comemorativa.
Recife, 21 de outubro de 2004.
(Atualizado em 28 de agosto de 2009).
(Atualizado em 28 de agosto de 2009).
FONTES CONSULTADAS:
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Restauradores de Pernambuco: biografias de figuras do século XVII que defenderam e consolidaram a unidade brasileira: João Fernandes Vieira. Recife: Imprensa Universitária, 1967. 2 v.
VASCONCELLOS, Telma Bittencourt de. Dona Anna Paes. Recife: Edição do Autor, 2004. p. 188-191.
Fonte: GASPAR, Lúcia. João Fernandes Vieira. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br>. Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.