CRISTOVAO COLOMBO NA MADEIRA
by Rebecca Katz
Cristóvão Colombo entra na tradição e historia do arquipélago da Madeira por uma hipotética residência que se tornou lendária, defendida sem base histórica por cronistas e demais escritores, portugueses e estrangeiros, como Bartolome de las Casas na sua "Historia das Índias," e corroborada presumivelmente por Diogo Colombo, o filho do descobridor. Hoje, muitos visitantes deliciam-se ao ver na Madeira a rua ou o sítio da chamada casa do Esmeraldo onde Colombo supostamente residiu. E a coisa maia venerada de tudo e o marco de uma janela que foi originalmente a janela principal daquela casa quatrocentista, que foi cuidadosamente apartada e conservada antes que a casa fora demolida no século passado, devido as exigências da viação urbana moderna. Talvez esses mesmos visitantes ou turistas tenham a boa ou má sorte -depende do ponto de vista- de ver a igreja na ilha de Porto Santo onde se diz que o filho mais velho de Colombo foi baptizado, ou quem sabe que outras coisas inventadas através dos anos. Houve também propostas para construir um museu colombino, mas não posso imaginar qual será o conteúdo de um tal museu, aparte a chamada "janela de Colombo" que e talvez o único padrão que fica a atestar a suposta permanência de Cristóvão Colombo na Ilha da Madeira.
Antes de mais nada, cumpre-me esclarecer que nada de novo ou sensacional se vai revelar aqui. Trata-se somente de estabelecer que nunca se encontrou nenhuma documentação no arquipélago da Madeira que prove que Colombo alguma vez residisse lá, só, ou com a sua esposa e filho. Isso não quer dizer que Colombo nunca tivesse estado na Madeira ou que nunca tivesse tido contacto com o arquipélago. Ao contrário, quero constatar enfaticamente que Colombo sim esteve na Madeira e que sim teve contactos com as ilhas, mas que a documentação sobre a qual nos baseamos, provem de fontes estrangeiras, e que a sua estadia na Madeira foi só de passagem.
A pouca documentação referente ao período de 1451 a 1492- quer dizer, os anos de sua vida que antecedem o descobrimento da América -abriu as portas a imaginação criadora de todos os que se dedicaram ao estudo da temática colombina, sendo as lacunas documentais preenchidas pela pena e imaginação criadora dos eruditos portugueses. Todavia existe a romântica lenda que diz que em noites de lua cheia a sombra de Colombo vagueia pelas praias de Madeira e desliza sobre as ondas, curvando-se para colher e examinar despojos que lhe traz o mar. (1)
Como síntese das minhas investigações, entendo poder resumir a três as épocas em que Colombo esteve em contacto com a Madeira. A primeira vez, em 1478 ou 79, quando foi a Madeira, incumbido pela Casa Centurione de Génova de comprar um carregamento de 2,400 arrobas de açúcar. A segunda, desde 1480 ou 81 foi quando casou, talvez a fins de 1479, com a aristocrática dona Felipa Moniz, filha de Bartolomeu Perestrelo, o primeiro capitão e donatário da ilha de Porto Santo; e a terceira e a mais curta e aquela em que Cristóvão Colombo e elevado a categoria de Almirante e vice-rei, e mais uma vez e pela ultima, transita pela ilha em 1498.
Quanto aos demais anos que passou em Portugal, não existe tão pouco nenhuma documentação em Portugal que possa dizer-nos algo sobre a vida do navegador antes da sua saída para Espanha em 1485. Colombo não deixou rasto de si durante os oito ou nove anos que viveu em Portugal. Talvez o mistério dos seus movimentos durante esses anos em Portugal nunca seja esclarecido, talvez por causa do grande terramoto de Lisboa de 1755 que destruísse os documentos notariais ou reais onde se pudesse encontrar algum vestígio de suas actividades em Portugal antes dasua saída do pais.
O que sim e bem documentado e que Colombo se acha ligado a Madeira por primeira vez, em 1478-79, por comercio de açúcar. Estes anos são referidos essencialmente como o seu período comercial. Em 1478, Paolo de Negro, um genovês domiciliado em Lisboa, incumbe o futuro descobridor de ir a Madeira adquirir para um tal Ludovico Centurione, de Génova, 2,400 arrobas deacucar, como disse antes.
Ludovido Centurione de Génova, expediu a Paolo di Negro, residente em Lisboa, 1,290 ducados com ordem de comprar por sua conta, as 2,400 arrobas de açúcar e remete-las para Génova. Paolo di Negro encarregou esta operação mercantil a Cristovao Colombo, domiciliado também em Lisboa. Este fretou uma embarcação portuguesa e saiu a barra, em Julho de 1478, com rumo à Madeira, mas sem levar consigo o dinheiro necessário que Paolodi Negro prometera remeter-lhe para ali. Uma vez na Madeira, adquiriu Colombo uma partida de açúcar a um certo Erogio Catalao, esperando receber de Lisboa com que paga-la. Mas sucedeu só ter recebido de di Negro 103 ducados, em varias remessas, o que deu lugar a não poder carregar a nau senão com uma pequena porção do açúcar por ele negociada, e que Ludovico Centurione ansiosamente esperava em Génova. Chegando Colombo aquela cidade com este mísero e insignificante carregamento, era natural que surgissem protestos; protestos do capitão do navio que pretendia o preço inteiro do frete como se tivesse carregado toda a mercadoria estipulada, e protesto vigoroso do nobre Centurione, por ter Colombo trazido diminuta fracção da mercadoria por ele encomendada e previamente paga.
Destes protestos lavrou-se o respectivo registo no notário Gerolamo Ventimiglia de Génova, a 21 de Agosto de 1479, estando presente ao acto o próprio Cristovao Colombo, como testemunha e parte, Nesse documento Colombo declarou que era cidadão de Génova, que tinha ao redor de 27 anos de idade, que tinha na sua pessoa 100 florins, e expressou a sua intenção de regressar a Lisboa no dia seguinte.
Este documento, conhecido como o "documento Asseretto," foi descoberto em 1904 por um tal Hugo Asseretto e é declarado com justiça, o subsídio basilar para o estudo da vida de Cristovao Colombo. Encontra-se em Génova entre as Actas Notarias do Governo de Génova, anos de 1474 a 1779. (2)
A segunda ligação de Colombo com a Madeira resulta do seu casamento com dona Felipa Moniz de Perestrelo. Parece estranho, mas nunca se encontrou o assento deste casamento nem o do nascimento do filho do casal. Quase tudo o que sabemos deste casamento provem dos livros dos principais biógrafos de Colombo, entre eles, Fernando Colombo ou Colon, o filho mais novo do navegador, e Bartolome de las Casas, o seu amigo e grande admirador, e bispo de Chiapas. (3) O original da obra de Fernando Colombo, escrito em espanhol antes de 1537, já que foi este o ano da sua morte, desapareceu, tendo-nos aquela chegada apenas através da tradução italiana que, por determinação de D. Luis Colombo, seu sobrinho, Afonso de Ulloa fez e em 1571 publicou em Veneza com o que deve ser o mais largo titulo jamais escolhido por um livro. Chama-se "Historie del signor don Fernando Colombo nelle quale s'ha particolare e vera relatione della vita, e de' fatti dell' Amiraglio D. Christoforo Colombo, su padre, et dello scoprimento ch' egli fece dell'indie occidentali delle mondo nuovo hora possedute del sereniss. Re Catolico.” Hoje o livro e conhecido simplesmente pelo breve titulo de "Historie". Sucederam-se as edições da obra e ainda em 1867 se publicou em Londres uma nova edição desta versão italiana. Em 1749 foi o livro vertido para espanhol porGonzalez Barcia, que o incluiu na sua obra "Historiadores primitivos de las Indias Occidentales," com o titulo de "La historia de D. Cristobal Colon, que compuso en castellano D. Fernando Colon, su hijo, y traduxo en toscano Alfonso de Ulloa, vuelta a traducir en castellano, por non parecer el original."
A obra de Fray Bartolome de las Casas, bispo de Chiapas, em grande parte consagrada a Cristovao Colombo, chama-se "Historia de las Indias" e foi começada a escrever em 1552, quando o seu autor tinha já 78 anos, e concluída em 1561 ou 1562, cinco anos antes da sua morte.
Muito discutido tem sido o valor destas duas obras, pelas muitas contradições que nelas se encontram, embora Las Casas se tenha inspirado em Fernando Colombo. A autenticidade da autoria das "Historie" de Fernando Colombo tem mesmo sido posta em dúvida. Henry Harisse, o celebre colombista norte-americano, embora nascido em Paris, publicou em Sevilha, em 1871, uma obra intitulada "Don Fernando Colon, historiador de su padre,"(4) onde mostra as falsidades, contradições, anacronismos e outras deficiências e erros palmares, que custa a crer pudessem ter sido escritos pelo culto filho de Cristovao Colombo. Dai veio pare muitos a suposição de ter o tradutor, Afonso de Ulloa, alterado, ou mesmo falsificado, o escrito original de Fernando Colombo no sentido de convencer que o famoso navegador era italiano. Em 1876, ou seja cinco anos depois do aparecimento da referida obrade Harisse, e porem publicada pela primeira vez a "Historia de las Indias" de Las Casas, e verifica-se então que este, em numerosas passagens, quase se limitou a copiar as "Historie" de Fernando Colombo. Ora, como Las Casas acabou de escrever o seu trabalho o mais tardar em 1562 e as "Historie" de Fernando foram pela primeira vez publicadas em 1571, concluiu-se que ele pode consultar o original desta obra, assim ficando, ipso-facto, abonada a honestidade do tradutor. Os detractores das "Historie" estendem então as suas acerbas criticas já não só ao tradutor mas também a Fernando Colombo, que acusaram de falsificar a biografia de seu pai com o intuito de o engrandecer.
Segundo Fernando, Colombo conheceu a sua esposa, dona Felipa Moniz, em Lisboa, quando assistia a missa na capela do Convento de Santos, da Ordem de Santiago. Ela era filha de Bartolomeu Perestrelo, o primeiro capitão e donatário da ilha de Porto Santo, e de dona Isabel Moniz, sua segunda esposa. Perestrelo, filho de uma família nobre de Piacenza que tinha emigrado para Lisboa no século XIV, acompanhou a segunda expedição de colonizadores a Porto Santo e Madeira em 1425. Recebeu a capitania hereditária da ilha mais pequena do infante D. Henrique e morreu lá ao redor de 1457. (5)
O pai de dona Isabel, Gil Ayres Moniz, pertencia a uma das mais velhas famílias do Algarve e tinha lutado junto com o Infante D. Henrique em Ceuta em 1415. Também a sogra de Colombo era aparentada com o condestável D. Nuno Alvares Pereira e por conseguinte, com a casa real, ou seja com a maior nobreza do reino.
Depois da morte do esposo, dona Isabel vendeu os seus direitos na capitania de Porto Santo a Pedro Correia da Cunha, marido de uma das suas enteadas, e voltou a Lisboa. Alguns anos depois, o seu próprio filho Bartolomeu foi reconduzido na posse da capitania de Porto Santo quando chegou a sua maioridade em 1473. Isso deixou a mãe com pouco dinheiro para a sua manutenção e a das suas filhas. (6) Como se explica o casamento da aristocrática dona Felipa com o filho de um humilde tecelão? Dizem alguns investigadores que sua mãe, que mal podia manter-se, devia ter ficado feliz de vê-la casada, poupando assim as despesas do convento. Este convento, estava desde a sua origem destinado a asilo das famílias dos cavaleiros de Santiago. O mestre da Ordem fora amo de Bartolomeu Perestrelo. Como Cristóvão chegou a corteja-la não sabemos. Seu filho, o biógrafo, só diz que "como ele se portou muito honradamente e era um homem de uma presenca muito fina e tão honesto que dona Felipa teve tanta conversa e amizade com ele, que consentiu ser sua esposa.” (7) Ignoramos a data e lugar do casamento mas como parece que o filho que teve com dona Felipa nasceu em 1480, podemos supor que Cristóvão e Felipa se casaram nos fins de 1479.
Na referida biografia do seu pai, Fernando Colombo escreve que o casamento teve lugar em Lisboa, mas que o jovem casal partiu imediatamente para Porto Santo. Isso e duvidoso por vários motivos. E quanto aos muitos tomos da biografia deColombo escrita por Bartolome de las Casas, diz-se que o bispo copiou muito do manuscrito de Fernando. Quando escreve no Livro I, capitulo 130, que Colombo residiu na Madeira depois do casamento, e muito provável que essa informação lhe tivesse vindo do manuscrito de Fernando que teve a mão. E apesar de que esses dois biógrafos eram íntimos de Cristóvão Colombo, suas biografias não inspiram muita confiança.
Fernando Colombo, que não era o fruto desse casamento, também nos informa que Colombo residiu por algum tempo com sua sogra em Porto Santo, e que ela, vendo quanto Colombo se interessava pelo mar, lhe contou muitas historietas que ouviu ao seu marido. Disse que lhe contou como D. Bartolomeu tinha arruinado Porto Santo por muitos anos, por ter levado a ilha a sua chegada, uma coelha com sua ninhada. Os coelhos cresceram tão rapidamente que dentro de um ano cobriram toda a ilha e comeram lá tudo o que fosse verdura. Os colonizadores foram portanto forçados a transferir-se para a ilha da Madeira e assim a colonização de Porto Santo foi retardada ate que o equilíbrio da natureza foi restabelecido. Posto que o almirante gostou tanto de ouvir estas historietas e outras das viagens feitas naquela época, segundo escreve Fernando, dona Isabel "lhe deu os papeis e mapas deixados pelo seu falecido marido, do que o almirante se apaixonou, e se informou assim de outras viagens e navegações que os portugueses faziam”. (8)
Nem o menor indício nos foi legado da disposição ou aparência física da única mulher de Colombo, e D. Felipa fica sendo uma figura tão obscura como a da mãe do descobridor. Nem sabemos quando morreu, só que foi antes que Colombo partisse de Portugal para Espanha em 1485, e que esta sepultada no mosteiro do Carmo em Lisboa. Isso sabemos pelo testamento do seu filho Diogo que se refere a "el cuerpo de dona Felipa Moniz, su legitima mujer (do almirante) que esta en el monasterio del Carmen, en Lisboa.” (9)
O terceiro contacto de Colombo com a Madeira ocorreu durante a sua terceira viagem a América em 1498. Naquele ano, a Espanha estava em guerra com a Franca, e dizia-se que uma frota francesa estava perto do Cabo de são Vicente, esperando a flotilha colombina de seis barcos. O Almirante navegou para o sul, passando perto da costa africana, em vez de seguir um curso directo para Porto Santo, o seu primeiro objectivo. Depois de oito dias, a frota chegou a Porto Santo, em 7 de Junho de 1498, após ter navegado pelo menos 650 milhas. Ai Colombo decidiu meter a bordo lenha, água, e provisões, e ouvir missa. Infelizmente, os habitantes confundiram a frota de Colombo com a dos corsários franceses e fugiram para os montes com o seu gado. Como não encontrou gente em Porto Santo, Colombo fez-se a vela aquela mesma noite para a Madeira. O Funchal não e a mais que 40 milhas de Porto Santo mas parece que a frota teve alguma dificuldade porque foi só a 10 de Junho, ou seja três dias depois, que o almirante surgiu no porto do Funchal. Esta informação se encontra no livro de Las Casas onde diz textualmente que "En la villa lhe fue hecho muy buen recibimiento y mucha fiesta, por ser alli muy conocido, que fue vecino de ella en algun tiempo."(10)
Este é, por enquanto, o único documento histórico da estadia de Cristóvão Colombo em Porto Santo, embora só de passagem, e de mais uma visita, a mais prolongada, apenas por seis dias, a Madeira, portanto sem longas nem demorada residência.
Também a Madeira contribuiu tanto para a alegria do Almirante como para a sua tristeza porque foi de ali que Colombo levou um piloto para um dos seus barcos, um sevilhano chamado Pedro de Ledesma, que se portou bastante bem na terceira viagem de 1498 mas que na quarta viagem de 1502 se amotinou, e anos depois, subornado pelos Pinzon, disse muitas mentiras contra o Almirante nas Inquirições que se abriram e negou terminantemente que o navegador tivesse descoberto terra firme. (11) Isso foi tudo o que eu pude encontrar sobre a permanência de Cristóvão Colombo no arquipélago da Madeira. Também soube que em 1953 a população da Madeira honrou a memória de Cristóvão Colombo erigindo-lhe uma estátua numa das praças principais perto do mar. (12) Isso não admira porque há estátuas de Colombo em todas as partes do mundo ocidental. Não sei se há uma estátua de Colombo em Portugal continental. Duvido muito. De todas as maneiras, espero que os madeirenses não me condenem por ter destruído alguns dos seus mitos mais venerados.
Trabalho apresentado ao Colóquio sobre os Descobrimentos e a Literatura de Viagens, 2 – 4 Novembro 1988, nas instalações da Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
NOTES
(1) Visconde do Porto da Cruz, "A Estada de Cristóvão Colombo na Madeira," "Revista de Arqueologia," II (Abril 24 de 1936),283.
(2) Actas notariais do Governo de Genova, Folio II, versam, Col. II, lins. 1-28. Acta de Notario Gerolano Ventimiglia, em 26 de Agosto de 1479, maco 2, anos de 1474-1779, no. 266, citado em: Eduardo C. N. Pereira, "Cristovao Colombo no Porto Santo e na Madeira," "Revista das Artes e da Historia da Madeira," no. 22(1956), p. 20.
(3) As edicoes consultadas foram: (a) Fernando Colon, (ed. and trad. Benjamin Keen), "The Life of the Admiral Christopher Columbus by his son Ferdinand," New Brunswick, NJ: Rutgers University Press, 1959; (b) Bartolome de las Casas, "Historia de las Indias," ed. Agustin Millares Carlo. 3 v. Mexico-Buenos Aires: Fondo de Cultura Economica, 1951.
(4)Henry Harrisse, "Don Fernando Colon, historiador de su padre." Ensayo Critico. Seville: R. Tarasco, 1871.
(5) Salvador de Madariaga, "Christopher Columbus; Being the Life of the Very Magnificent Lord Don Cristobal Colon." 2nd ed. New York: Frederick Unger Publishing Co., 1967, pp. 84-86.
(6)Antonio Ballesteros Beretta, "Cristobal Colon y el descubrimiento de America." Barcelona-Buenos Aires: Salvat Editores, 1943, pp. 278-291.
(7) Fernando Colon, op. cit., p. 14.
(8) Ibid.
(9) Uma clausula no testamento de dom Diogo Colon reza assim: "Dona Felipa Moniz, mi madre, que esta en el monesterio del Carmen en Lisboa, en una capilla que se llama de la Piedad, que es de su linaje de los Monizes." Citado em Ballesteros Beretta, op. cit., p. 283.
(10) Las Casas, op. cit., I, 497.
(11) Samuel Eliot Morison. "Admiral of the Ocean Sea." Boston: Little, Brown and Company, 1942, p. 518.
(12) Maria de Freitas Treen, "Columbus in Madeira and Porto Santo," "Bulletin of the American Portuguese Society" (Fall 1976), p. 3.